O início da Série D do Campeonato Brasileiro acontece amanhã, 19 de abril, movimentando o cenário do futebol nacional com a participação de 64 clubes de todas as regiões do país. No entanto, além da tradicional luta em campo, as equipes encaram um novo e polemico desafio fora das quatro linhas: a proibição da CBF para que os clubes negociem seus próprios direitos de transmissão.
Essa decisão reacende o debate sobre autonomia dos clubes e os limites da centralização na gestão do futebol brasileiro.
Desigualdade e superação: os desafios da Série D
Com um formato disputado por times de menor investimento, o início da Série D é marcado por realidades contrastantes. De um lado, clubes tradicionais buscando reconstrução, como o Santa Cruz/PE e a Portuguesa/SP; de outro, estreantes sonhando com o acesso, como o caso do Capital/DF. A competição exige planejamento rigoroso, logística eficiente e superação constante.
Muitos dos participantes enfrentam dificuldades financeiras, longas viagens e estruturas modestas. Já outros clubes passaram a ser SAF, aumento seu poder de investimento, melhorando seu elenco e iniciaram o processo de reestruturação do clube. Mesmo com as dificuldades relatadas, a Série D é uma boa vitrine para talentos e uma oportunidade real de ascensão no futebol nacional.
O maior exemplo recente, é do atacante Emerson Galego, que atualmente está atuando na Série A do Brasileirão pelo time do Juventude/RS e em 2024 jogou a Série D pela equipe do Petrolina/PE.
CBF limita autonomia com nova regra de transmissão
O início da Série D, é marcada por um polêmica recente. A determinação da CBF de impedir que os clubes da competição negociem individualmente os direitos de transmissão de seus jogos. Essa medida autoritária gerou críticas intensas de dirigentes e especialistas do setor esportivo, que alegam que a decisão, é arbitraria e limita a geração de receitas e fere a liberdade de negociação dos clubes.
Na prática, isso significa que clubes com potencial de audiência regional ou parcerias locais perdem a chance de explorar financeiramente seus próprios jogos. O impacto pode ser ainda maior para agremiações que contavam com essas transmissões como fonte de receita adicional.

Caminho aberto para reflexão e mudança
A discussão sobre os direitos de transmissão deve seguir nos bastidores ao longo da competição. A pressão dos clubes pode, inclusive, influenciar futuras decisões da CBF e abrir espaço para modelos mais descentralizados de negociação.
Enquanto isso, torcedores, dirigentes e jogadores seguem firmes no sonho de subir de divisão, mesmo diante das limitações. O início da Série D, é o retrato da persistência do futebol raiz.
Oportunidade de visibilidade e profissionalização
Apesar dos obstáculos, o início da Série D, representa também um espaço fértil para a profissionalização do futebol em todos os cantos do Brasil. Clubes que investem em boas gestões, categorias de base e marketing digital têm conseguido se destacar e até garantir o objetivo do acesso.
A competição também serve como vitrine para atletas, treinadores e profissionais da área esportiva, revelando talentos que rapidamente sobem degraus no futebol nacional.