Mais um baque para o torcedor atleticano
O Atlético-MG vice Sul-Americana em 2025 não é apenas mais um resultado dolorido; é, sobretudo, mais um capítulo de uma sequência de frustrações que o torcedor já conhece bem. Afinal, o Galo tinha elenco, investimento e expectativa para ir mais longe, mas, novamente, parou no detalhe.
No Defensores del Chaco, em Assunção, o time mineiro empatou em 0 a 0 com o Lanús no tempo normal e na prorrogação e, assim, perdeu o título nos pênaltis. O roteiro, aliás, parece repetido: o Atlético controla a posse, cria algumas chances, acerta a trave – como no chute de falta de Bernard – e, entretanto, não consegue transformar superioridade técnica e financeira em taça.
Ademais, o contexto torna o resultado ainda mais pesado. O Galo já vinha de finais doloridas na Libertadores e na Copa do Brasil na temporada anterior e, atualmente, ocupa apenas o meio da tabela do Brasileirão. Logo, a Sul-Americana tinha cara de “remédio” para a dor recente. Contudo, o que ficou foi um gosto amargo de oportunidade desperdiçada.
Atlético-MG vice Sul-Americana: um roteiro que se repete
Em campo, o Atlético-MG começou tentando mandar no jogo, especialmente pelo lado esquerdo, com a dobradinha Dudu e Guilherme Arana. Conforme o duelo avançou, o Galo acumulou chegadas, ainda que esbarrasse no bloqueio argentino. Bernard, em cobrança de falta, carimbou a trave e, porquanto, deu o recado de que a bola parada poderia decidir.
O Lanús, por sua vez, aceitou sofrer durante boa parte do primeiro tempo e só apareceu com mais perigo nos acréscimos, em chute de média distância que passou rente à trave de Everson. No segundo tempo, o cenário se manteve: o Atlético-MG tinha a bola, entretanto produzia pouco em termos de chances claras. Assim, sobrou recorrer aos chutes de fora da área, como o de Junior Alonso, que foi por cima do gol.
Jorge Sampaoli tentou mexer no tabuleiro. Colocou Gustavo Scarpa, fez alterações por desgaste físico – como as saídas de Alan Franco e Guilherme Arana – e buscou manter o time agressivo. Todavia, as mudanças não transformaram a atuação. O Galo chegou a ter a grande chance na prorrogação, quando Hulk deixou Biel cara a cara com o goleiro, mas o atacante finalizou em cima de Losada, desperdiçando o lance mais claro da partida.
Na disputa por pênaltis, o drama cresceu. Hulk teve a cobrança defendida, Biel também parou no goleiro e Vitor Hugo, por fim, bateu fraco, nas mãos de Losada, que garantiu o título para o Lanús. Assim como em outras decisões recentes, o Atlético flertou com a vitória, no entanto, saiu de campo com a sensação de que poderia – e deveria – ter feito mais.

Um clube estruturado, mas com decisões que cobram preço
O que agrava o cenário é que, anteriormente, o Atlético-MG parecia estar em um ciclo de crescimento contínuo. Estrutura, CT moderno, estádio, torcida presente, capacidade de investimento e, inclusive, grandes nomes em campo. Tudo isso, inegavelmente, coloca o Galo em um patamar de protagonismo no futebol brasileiro.
Entretanto, o modelo de contratações passa a ser questionado. O clube, ocasionalmente, aposta em jogadores que já não vivem seu auge, o que pode limitar intensidade e regularidade ao longo da temporada. Além disso, o elenco, embora qualificado, por vezes parece desequilibrado em posições-chave, o que, afinal, pesa em jogos grandes.
Hulk, ídolo recente e peça fundamental na retomada do clube, viveu mais uma noite difícil. Perdeu pênalti na decisão, assim como já havia passado em branco em momentos decisivos anteriores, como na final da Libertadores contra o Botafogo. Ainda que ele siga sendo referência técnica e emocional, o fato é que, sobretudo nas finais, o protagonismo não se converteu em título.
O torcedor, portanto, observa um contraste incômodo: o clube cresceu fora de campo, mas, dentro dele, o resultado tem sido uma coleção de “quase” em decisões importantes. Assim, o rótulo de Atlético-MG vice Sul-Americana simboliza mais do que uma derrota isolada; ele resume uma era de alta expectativa e entrega aquém do potencial.
Sampaoli, menos reforços e o desafio de 2026
Enquanto a frustração ainda ecoa, Jorge Sampaoli já fala em futuro. O treinador afirmou que pretende seguir no comando do clube, ainda que a ausência de vaga direta na Libertadores de 2026 provavelmente reduza o orçamento para reforços. Ou seja, o trabalho tende a ser mais de ajuste fino do que de grande reformulação.
Segundo o próprio Sampaoli, a ideia é construir, posteriormente, um projeto semelhante ao que iniciou em sua primeira passagem, entre 2020 e 2021, quando ajudou a elevar o patamar competitivo do Atlético. Agora, entretanto, o cenário é diferente: o time precisa reagir em meio a cobranças, menos margem de investimento e um torcedor cansado de bater na trave.
O objetivo imediato passa pelas rodadas finais do Brasileirão, nas quais o Galo, atualmente em 11º lugar e distante do G-7, torce por combinação de resultados que abra uma vaga extra na Libertadores. Caso contrário, restará, novamente, a Sul-Americana – competição que, salvo engano, já não empolga o atleticano como antes, principalmente depois da perda dessa final.
Ademais, o planejamento esportivo não pode ignorar o emocional. A sequência de frustrações mexe com a confiança do elenco e da torcida. Portanto, a diretoria precisará, igualmente, acertar nas poucas contratações que fizer, blindar o ambiente e dar respaldo ao treinador. Somente assim o clube poderá transformar investimento e estrutura em títulos, não apenas em campanhas competitivas.
O que fica para o torcedor do Galo
Em síntese, o Atlético-MG vice Sul-Americana é a fotografia de um clube grande que ainda não conseguiu alinhar todas as partes: elenco, comissão técnica, diretoria e desempenho em decisões. O time é competitivo, claro, mas tropeça no momento em que menos pode errar.
Enfim, o torcedor, que comparece, canta e empurra o time em qualquer cenário, espera respostas concretas dentro de campo. A próxima temporada será, inesperadamente, mais desafiadora, justamente porque, agora, não basta prometer; é preciso entregar. Afinal, quem tem estrutura de clube gigante não pode se acostumar a colecionar vices.
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