Primeiramente, os contratos 60/40 River marcam uma ruptura importante na forma como o clube argentino pretende se relacionar com o elenco a partir de 2026. A nova diretoria, liderada por Stefano Di Carlo, decidiu atrelar boa parte dos salários ao desempenho real em campo, e não apenas ao “nome” do jogador.
Assim, a ideia é simples, mas poderosa: a parte fixa do salário não poderá ultrapassar 60%, enquanto o restante ficará condicionado a metas esportivas e físicas bem definidas. Logo, quem joga mais, rende mais e decide mais, também passa a ganhar mais.
Além disso, essa mudança surge em um contexto de reformulação profunda. Marcelo Gallardo, que retorna para comandar o projeto esportivo, participa diretamente da construção desse novo modelo. Afinal, a intenção é alinhar contratos 60/40 River com um elenco mais competitivo, mais focado e menos acomodado.
Como funcionam os novos contratos 60/40 River
Conforme explicou Stefano Di Carlo em reunião do Conselho de Administração, a lógica é objetiva: a parte fixa dos novos contratos não passará de 60% do valor total acordado. Todavia, os 40% restantes dependerão de produtividade, desempenho e conquistas ao longo da temporada.
Entre os critérios avaliados, estão pontos essenciais para o futebol moderno. Por exemplo:
- Participar de, no mínimo, 90% das partidas previstas,
- Manter índices de massa muscular e condição física dentro do padrão definido na avaliação inicial,
- Marcar gols, no caso de atacantes e meias ofensivos,
- Contribuir para metas coletivas, como títulos, finais disputadas e classificações para copas.
Ademais, cada posição terá parâmetros específicos. Um goleiro, por exemplo, será avaliado por minutagem, jogos sem sofrer gols e participação em campanhas vitoriosas. Já um defensor poderá ter metas ligadas a minutagem, consistência defensiva e desempenho em competições decisivas. Ou seja, os contratos 60/40 River não serão “copiados e colados”; eles serão ajustados à realidade e ao potencial de cada atleta.
Entretanto, é importante destacar que essa política vale apenas para novos vínculos. Os contratos atuais permanecem como estão, salvo uma renegociação pontual que agrade a ambas as partes.
Por que os contratos 60/40 River podem mudar o mercado
No entanto, essa decisão não nasce apenas de uma filosofia esportiva. Ela também responde a uma necessidade financeira. Recentemente, a folha salarial do elenco de futebol girou em torno de 100 milhões de dólares em um único ano. Sobretudo para um clube sul-americano, isso pesa — e muito — no caixa.
Portanto, a diretoria entendeu que era inegavelmente preciso estabelecer um limite mais rígido. Com os contratos 60/40 River, o clube busca:
- Reduzir o risco de salários altos para jogadores que atuam pouco,
- Evitar que atletas sem espaço no planejamento técnico permaneçam apenas pelo valor do contrato,
- Criar um ambiente em que a meritocracia esportiva fale mais alto que a acomodação.
Além disso, a política atua como um filtro natural. Jogadores que não fazem mais parte dos planos de Gallardo dificilmente continuarão em Núñez apenas por conforto financeiro, porque a chance de cumprir metas atuando pouco é pequena. Logo, a tendência é que esses atletas busquem novos ares, abrindo espaço para reforços mais alinhados ao projeto.
River 60/40
Eventualmente, essa estratégia também pode influenciar outros clubes da região. Afinal, se o River consegue equilibrar as contas e, ao mesmo tempo, manter um elenco competitivo, torna-se um exemplo de gestão esportiva mais sustentável. Semelhantemente, ligas inteiras podem começar a discutir modelos de contratos por produtividade para fugir de folhas salariais infladas.
Ademais, essa medida tem um componente político evidente. Anunciar a mudança logo após um ano esportivo frustrante é, de certa forma, um recado para torcida, conselheiros e mercado: a nova direção não pretende repetir erros recentes. Entretanto, transformar o discurso em prática exigirá habilidade nas próximas janelas de transferências, tanto nas renovações quanto nas contratações.
Porquanto Gallardo já esteja alinhado à ideia, a execução será o grande teste. Surpreendentemente, um modelo desse tipo pode até atrair jogadores com mentalidade vencedora, que confiam tanto em sua própria performance que veem na produtividade uma oportunidade de ganhar mais.
Enfim, os contratos 60/40 River tendem a se tornar um divisor de águas: ou o elenco compra a ideia e eleva o nível competitivo, ou a diretoria terá de ajustar a rota posteriormente, conforme a resposta em campo e no vestiário.

O que esperar do River a partir de 2026
Atualmente, o futebol mundial vive uma pressão constante por resultados e sustentabilidade. Assim como clubes europeus buscam modelos mais rígidos de controle financeiro, o River experimenta seu próprio “fair play interno”.
Outrossim, a aposta em produtividade casa bem com um treinador que já provou ser capaz de potencializar elencos. Gallardo, afinal, está acostumado a extrair o máximo de jogadores muitas vezes subestimados.
Contudo, o sucesso desse modelo não depende apenas da prancheta. Depende também de comunicação clara com o vestiário, de contratos bem redigidos, de métricas objetivas e de muita transparência. Ainda que haja resistência inicial de alguns atletas, a tendência é que o mercado se adapte, sobretudo se os resultados esportivos acompanharem.
No fim das contas, o River manda um recado direto: quem quiser vestir a camisa, terá de entregar dentro de campo aquilo que o contrato promete no papel. E, convenhamos, isso faz todo sentido em um futebol cada vez mais competitivo, profissional e monitorado em cada detalhe estatístico.
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